segunda-feira, 23 de julho de 2012

Receita de leitura... "A Montanha da Água Lilás"

Composição
                Esta é uma história contada pelo avô Bento sobre os pequenos lupis que descobrem uma fonte preciosa de água lilás. Sejam cambutinhas (os lupis mais pequenos, mais trabalhadores e mais enérgicos), lupões (um pouco maiores do que os cambutinhas, menos enérgicos mas muito trabalhadores e sábios) ou jacalupis (grandes, muito preguiçosos, emitindo um som característico, diferente dos outros lupis), todos tiram partido dessa descoberta. A montanha marca uma fase de evolução na vida dos lupis graças à água lilás, mas nem tudo é bom. Uma série de problemas surge e a vida na montanha da água lilás deixa de ser bela e perfeita para se tornar num inferno. Os pobres lupis, trabalhadores, acabam por ser explorados pelos animais da planície e, principalmente, pelos jacalupis. Mas, como tudo tem um fim, a fonte também, e a vida dos lupis volta a ser o que era.
Este é um livro para todas as idades, que reflete sobre um tema que se mantém atual, a exploração dos mais trabalhadores por parte dos mais preguiçosos. A sociedade lupi é o espelho da nossa sociedade. Mas nada dura para sempre…

Indicações
                Se gosta de textos interventivos, este é o livro certo.

Precauções
                Não é necessário tomar muitas precauções na leitura deste livro, uma vez que é uma história muito suave. Mas, mesmo assim, há a possibilidade de vir a sentir pena dos pequenos lupis trabalhadores, devido à opressão a que estão sujeitos. Também pode acontecer a comparação da história do livro com a sua vida, ou seja uma grande identificação com a história, o que o pode levar a momentos de angústia. Se um destes é o seu caso, deve ler o livro com bastante cautela – ainda assim, quem sabe não acha uma solução?

Posologia
                Como é uma fábula para todas as idades, este livro deve ser lido à noite, em família, não devendo ser ultrapassados os dois capítulos por noite.
                À noite porque é a melhor altura para juntar a família e libertar o espírito das preocupações do dia-a-dia. 
                Em família porque a crítica à sociedade é atual e este tema deve ser discutido em família, principalmente com a intervenção dos mais jovens que ainda têm muito para aprender sobre a vida.
                E não mais de dois capítulos por noite porque é uma história bastante agradável e deve ser apreciada da melhor forma, deixando espaço para uma pequena reflexão sobre o assunto, para que este seja devidamente interiorizado e ajude às mudanças necessárias na vida de cada um.

Dose de Leitura
                “São os nossos amigos que são comidos? Sempre foram, muito antes da água lilás. Quem somos nós para decidirmos quem, na planície, deve comer quem? Mas sou eu que inspeciono essas trocas todas, eu sou o inspetor-geral.”
                “-As coisas boas também podem ser más. E as más podem ser boas, lupi-lupi-lupi. Quando se inventa, não se pode pensar como ele. Não quero discutir nada, só quero fazer as minhas experiências, a sabedoria resolve tudo. A sabedoria até pode resolver, mas depois os outros utilizam o resultado da sabedoria ao contrário e a coisa vira prejudicial. É o que tem acontecido com os lupis. Afinal, o que é que a sabedoria resolveu?”

Sofia Silva, 11.º A

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