terça-feira, 24 de julho de 2012

Receita de leitura... "Memórias das minhas putas tristes"

A obra “Memória das minhas putas tristes” do escritor Gabriel García Marquez, conta-nos uma peculiar história de um homem que decide oferecer a si mesmo um presente no seu nonagésimo aniversário: uma noite de amor louco com uma rapariga virgem. Durante toda a sua vida, este homem solitário, solteiro, escritor eventual de críticas musicais e cronista semanal do Jornal no qual trabalha há décadas, habituara-se à solidão e ao frequente sexo com prostitutas. O relacionamento, ainda que puramente sexual, que conseguiu manter durante mais tempo foi com a empregada que ainda na altura dos seus noventa anos continuava a limpar a sua casa. Nunca, até então, soube o que era o amor, segundo ele, devido ao sexo, que na sua vida sempre substituiu o amor. Na noite do seu aniversário, como a menina virgem dormia e ele não teve a coragem de a acordar, não existiu sexo e sem ele houve espaço para o assomo de um sentimento singelo, puro e honesto, sem qualquer espécie de despudor - houve espaço para amar. Assim, este solitário, aos 90 anos, descobre o que é estar apaixonado.



Indicações:
Recomendo este livro devido à imensa qualidade de escrita do autor que, através de uma linguagem clara e simples, torna a leitura fluida e, acima de tudo, fácil. O facto deste autor ter ganho um prémio Nobel reforça e prova toda a qualidade deste livro e do estilo do autor visto que apenas os melhores são distinguidos. Outra razão para eu recomendar a leitura desta obra é a sua história que transmite uma lição de vida ao leitor, ensinando-lhe que não devemos substituir ou negar sentimentos tão nobres como o amor, preferindo, por exemplo, o sexo. Ensina-lhe também que nunca é tarde para amar.  

Precauções:
Todos os que tomarem a corajosa decisão de ler este livro, tenham em conta que o principal ingrediente utilizado na sua produção (personagem principal) pode fazer com que o consumidor se sinta repugnado e chocado inicialmente, podendo até sentir repulsa, preconceito e mesmo dúvida sobre a sanidade mental do mesmo. Este sentimento pode variar de forma significativa ao longo do tempo de incontrolável consumo do produto, transformando-se em compaixão e possivelmente piedade, sentimentos desencadeados pela situação da personagem principal que durante os seus noventa anos de vida nunca soube o que era amar. O consumo deste produto pode também provocar efeitos secundários como a compulsiva vontade de se desprender de todos os preconceitos da mente e, mais tarde, um sentimento inabalável de revigoramento.

Posologia:
É pouco aconselhável que pessoas sensíveis leiam este livro visto que apresenta ao leitor uma perspetiva demasiado crua, tanto da realidade como das relações amorosas e, por isso, se dá, normalmente, um choque entre as duas realidades, a do leitor e a da personagem principal do livro. Todos os que não respeitarem os requisitos mínimos de sensibilidade poderão sofrer dos sintomas acima descritos.

Dose de Leitura:
                “O sexo é o consolo que a gente tem quando o amor não nos alcança”

Tiago Santos, 11.º A

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